domingo, 29 de janeiro de 2017

GATILHOS COMPORTAMENTAIS

Hoje, ao acordar, veio-me à mente uma reflexão interessante.

Pensei nos “gatilhos comportamentais” que são utilizados por nós, mesmo de forma inconsciente, mas que desempenham um papel fundamental no nosso processo de estímulo diante dos cenários que se descortinam na janela da nossa existência.

Analisemos, por exemplo, a questão do nosso labor profissional:

É imperativo que exerçamos uma atividade que nos garanta a subsistência no terreno material, quer queiramos ou não, quer estejamos satisfeitos ou não, quer ele nos traga realizações ou frustrações.

É indiscutível ainda, que uma grande parte das pessoas acaba aceitando esta ou aquela atividade profissional, não que tenha sonhado com ela, ou a tenha escolhido como a profissão da sua vida, mas por necessidade mesmo, por falta de opção. 
Submete-se àquela ocupação porque não tem outra alternativa no momento e precisa sobreviver, sustentar a família, honrar seus compromissos financeiros.

Assim, o indivíduo acaba colocando em segundo plano suas aspirações e projetos no terreno da opção profissional e é obrigado a colocar foco na atividade que desempenha.

Seu gatilho, neste caso é a NECESSIDADE.

Se possuir uma boa dose de inteligência emocional, mesmo não fazendo o que gosta, aprenderá a gostar do que faz. 
Aprendendo a gostar, o trabalho se lhe apresentará menos difícil e por mais sacrifícios que exija, lhe proporcionará prazer e realização.

Temos ainda no terreno profissional uma outra situação.

Uma vez já inserido no contexto daquela atividade e já tendo exercido durante algum tempo as tarefas para as quais foi contratado, uma vez as dificuldades iniciais já superadas, começa a desenhar-se no seu cotidiano um processo de monotonia que o leva ao tédio.

Mais uma vez se faz necessário aí a presença da imprescindível inteligência emocional. 
O indivíduo precisa trabalhar sua mente na busca de melhoria contínua, no descobrimento de novos métodos e processos, colocar sua criatividade em prol da criação de um cenário desafiador a cada novo dia.
Este gatilho recebe  o nome de MOTIVAÇÃO.

Repercutindo o tema para o terreno das nossas emoções e voltando a reflexão para o terreno de nossa Reforma Íntima, veremos que a situação não é diferente.

Vivemos em um planeta de Provas e Expiações, mundo imperfeito que nos aprisiona na matéria densa e grosseira e que tantos impeditivos e limitações nos proporciona.

É certo que gostaríamos de viver em outro cenário onde os impositivos da vida não nos colocasse diante de tanta insegurança, tanta ansiedade, tantas dúvidas e indagações.

É certo que todos nós, no cerne das nossas aspirações, almejamos PAZ e ALEGRIA.

Ocorre que estamos aqui, neste cenário hostil e às vezes até mesmo amedrontador, por conta da nossa NECESSIDADE.

É este o gatilho que nos arremessou para esta situação que nos parece tão penosa.

Portanto, se ao invés de ficarmos lamentando as mazelas da imperfeição, buscarmos os mecanismos para nosso processo interno de melhoria contínua, potencializando nossa reforma íntima no desenvolvimento das nossas virtudes, veremos que nossa caminhada passará a ser produtiva e promissora.

É o gatilho da MOTIVAÇÃO arregimentando energias para que amanhã sejamos melhores do que hoje.

Há de se destacar, entretanto, o mais importante dos gatilhos que o ser humano deverá considerar no seu processo de aprendizado rumo à evolução, tornando sua passagem por este “Planeta Escola” uma experiência profícua.

Estamos falando de um sentimento sublime, muitas das vezes tão sutil que acabamos permitindo seja asfixiado pelo nosso orgulho, pelo nosso egotismo e pela nossa indiferença.

Este gatilho dispara dentro de nós a sensibilidade diante do sofrimento alheio e daqueles, cujas mazelas são mais difíceis e doloridas que as nossas.

Este gatilho desperta nas fibras mais íntimas do nosso espírito, um sentimento de comiseração pela infelicidade de outrem, criando uma empatia que nos torna solidários e benevolentes.

Este sentimento chama-se PIEDADE e é capaz de alavancar aquela que é a maior das virtudes que necessitamos desenvolver, para que consigamos seguir adiante na nossa implacável jornada evolutiva rumo à perfeição.

A PIEDADE é o gatilho da CARIDADE.

E bem sabemos que FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.














sábado, 14 de janeiro de 2017

PENA DE MORTE, É JUSTO DESEJÁ-LA?

O ser humano encarnado que procura nortear suas atitudes pelos princípios cristãos;  diante das cenas repugnantes de violência, crimes hediondos, desrespeito às diferenças e à propriedade alheia, muitas das vezes se sente tão indignado diante deste cenário, que acaba se entregando à pensamentos que não se coadunam com os princípios éticos que abraça.

Ao testemunhar tamanha insensatez por parte dos irmãos de jornada, que muitas das vezes de forma covarde e impiedosa buscam pela força e pela violência a realização de seus desejos insanos.

Ao observar a insanidade de nossos semelhantes, que movidos pela sede desenfreada de bens materiais e poder, passam por cima de todos valores éticos e morais que norteiam as relações humanas.

Ao presenciar as abomináveis posturas de mentes doentias que impiedosamente violentam, estupram, matam e torturam nem nenhuma piedade, torna-se muito difícil para nós, espíritos ainda imperfeitos e distantes das virtudes ensinadas pelo Cristo, não se deixar envolver por pensamentos carregados de ansiedade, medo, revolta, desejo de vingança e de justiça à qualquer preço.

E diante deste cenário é inevitável que desejemos, em alguns momentos, que se extirpe da face da Terra os protagonistas destes lamentáveis episódios, impedindo que estes insistam na prática de suas sandices.

Com foco no imediatismo que sempre norteia os temas inerentes à matéria, imediatamente nos vem à mente aquela que seria a solução para os problemas desta natureza, a Pena de Morte.

O que não podemos esquecer é que na verdade, a pena capital apenas conseguirá interromper o prosseguimento da vida do indivíduo na matéria e na presente reencarnação.

O único resultado da Pena de Morte será subtrair dele seu corpo físico de forma antecipada, no entanto, ele continuará vivo.

E vivo, ao perceber a situação, o espírito se tornará ainda mais revoltado e desejará com muito mais afinco, perseverar nas suas atitudes desenfreadas na disseminação do mal que habita sua essência.

Com certeza, por conta das afinidades espirituais já estabelecidas ainda enquanto encarnado, será imediatamente recrutado pelas Falanges das Trevas, engrossando as fileiras de espíritos desajustados que se comprazem no mal.

Fora do corpo físico que lhe conferia limitações e lhe restringia certas atitudes, agora com a liberdade própria do espírito desencarnado, terá ainda melhores condições de penetrar os mais variados ambientes e recintos.

No Plano Material potencializará energias nefastas, influenciará mentes em desalinho, repercutirá sua revolta e sede de vingança disseminando dolorosos processos obsessivos.

Continuará a fazer suas vítimas, incentivará a que outros façam aquilo que já não consegue fazer. 

O decesso do seu corpo físico, ao invés de resolver um problema, agravou ainda mais a situação, uma vez que a morte, apontada como solução para o problema, na verdade não existe, é um grande engodo.

Se analisarmos a situação à luz da razão, refletindo com inteligência emocional e sem nos deixar envolver pela paixão desenfreada e pelos instintos repulsivos, compreenderemos a ineficácia da pena capital.

As estatísticas comprovam que em localidades onde ela é aplicada, a Pena de Morte não se consegue lograr êxito na redução da criminalidade. Se analisarmos sob a ótica da espiritualidade, ficará fácil entender os motivos da sua ineficácia.

Há de se considerar, finalmente, que se a "Morte" for considerada uma pena, estamos todos nós, por definição, já condenados, pois esta é a única certeza de que temos na vida. A certeza de que um dia "morreremos".