Hoje,
ao acordar, veio-me à mente uma reflexão interessante.
Pensei
nos “gatilhos comportamentais” que são utilizados por nós, mesmo de forma
inconsciente, mas que desempenham um papel fundamental no nosso processo de
estímulo diante dos cenários que se descortinam na janela da nossa existência.
Analisemos,
por exemplo, a questão do nosso labor profissional:
É
imperativo que exerçamos uma atividade que nos garanta a subsistência no
terreno material, quer queiramos ou não, quer estejamos satisfeitos ou não, quer
ele nos traga realizações ou frustrações.
É
indiscutível ainda, que uma grande parte das pessoas acaba aceitando esta ou
aquela atividade profissional, não que tenha sonhado com ela, ou a tenha
escolhido como a profissão da sua vida, mas por necessidade mesmo, por falta de
opção.
Submete-se àquela ocupação porque não tem outra alternativa no momento e
precisa sobreviver, sustentar a família, honrar seus compromissos financeiros.
Assim,
o indivíduo acaba colocando em segundo plano suas aspirações e projetos no
terreno da opção profissional e é obrigado a colocar foco na atividade que
desempenha.
Seu
gatilho, neste caso é a NECESSIDADE.
Se
possuir uma boa dose de inteligência emocional, mesmo não fazendo o que gosta,
aprenderá a gostar do que faz.
Aprendendo a gostar, o trabalho se lhe
apresentará menos difícil e por mais sacrifícios que exija, lhe proporcionará prazer
e realização.
Temos
ainda no terreno profissional uma outra situação.
Uma
vez já inserido no contexto daquela atividade e já tendo exercido durante algum
tempo as tarefas para as quais foi contratado, uma vez as dificuldades iniciais
já superadas, começa a desenhar-se no seu cotidiano um processo de monotonia
que o leva ao tédio.
Mais
uma vez se faz necessário aí a presença da imprescindível inteligência
emocional.
O indivíduo precisa trabalhar sua mente na busca de melhoria
contínua, no descobrimento de novos métodos e processos, colocar sua
criatividade em prol da criação de um cenário desafiador a cada novo dia.
Este gatilho recebe o nome de MOTIVAÇÃO.
Repercutindo
o tema para o terreno das nossas emoções e voltando a reflexão para o terreno
de nossa Reforma Íntima, veremos que a situação não é diferente.
Vivemos
em um planeta de Provas e Expiações, mundo imperfeito que nos aprisiona na
matéria densa e grosseira e que tantos impeditivos e limitações nos
proporciona.
É
certo que gostaríamos de viver em outro cenário onde os impositivos da vida não
nos colocasse diante de tanta insegurança, tanta ansiedade, tantas dúvidas e
indagações.
É certo
que todos nós, no cerne das nossas aspirações, almejamos PAZ e ALEGRIA.
Ocorre
que estamos aqui, neste cenário hostil e às vezes até mesmo amedrontador, por
conta da nossa NECESSIDADE.
É este
o gatilho que nos arremessou para esta situação que nos parece tão penosa.
Portanto,
se ao invés de ficarmos lamentando as mazelas da imperfeição, buscarmos os
mecanismos para nosso processo interno de melhoria contínua, potencializando
nossa reforma íntima no desenvolvimento das nossas virtudes, veremos que nossa
caminhada passará a ser produtiva e promissora.
É o
gatilho da MOTIVAÇÃO arregimentando energias para que amanhã sejamos melhores
do que hoje.
Há de
se destacar, entretanto, o mais importante dos gatilhos que o ser humano deverá
considerar no seu processo de aprendizado rumo à evolução, tornando sua
passagem por este “Planeta Escola” uma experiência profícua.
Estamos
falando de um sentimento sublime, muitas das vezes tão sutil que acabamos
permitindo seja asfixiado pelo nosso orgulho, pelo nosso egotismo e pela nossa
indiferença.
Este
gatilho dispara dentro de nós a sensibilidade diante do sofrimento alheio e
daqueles, cujas mazelas são mais difíceis e doloridas que as nossas.
Este
gatilho desperta nas fibras mais íntimas do nosso espírito, um sentimento de
comiseração pela infelicidade de outrem, criando uma empatia que nos torna
solidários e benevolentes.
Este sentimento
chama-se PIEDADE e é capaz de alavancar aquela que é a maior das virtudes que necessitamos desenvolver, para que consigamos seguir adiante na nossa implacável jornada
evolutiva rumo à perfeição.
A
PIEDADE é o gatilho da CARIDADE.
E bem sabemos que FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.