sábado, 31 de dezembro de 2016

ANO NOVO, NOVO CICLO SE INICIA

Encerramos mais um ano.

Um ciclo se completa.

E no ano que se encerra, todos nós, com certeza acumulamos episódios de sucessos e fracassos, alegrias e tristezas, realizações e frustrações, sorrisos e lágrimas.

Cada um dos episódios por nós vividos se somaram às nossas experiências, proporcionando os aprendizados necessários à nossa evolução, ao nosso crescimento.

Saímos fortalecidos ao superar desafios, amadurecidos ao enfrentar as vicissitudes, confiantes com nossos sucessos e mais prudentes diante dos episódios menos felizes.

E nossa jornada avança.
Acabamos de receber um novo livro intitulado "2017", com 365 páginas em branco.

A partir de hoje assumiremos mais uma vez a responsabilidade de escrever cada página deste nosso novo livro.

Já sabemos de antemão que nem todas as páginas registrarão histórias felizes de êxitos e sorrisos. 
Nosso desafio será enfrentar estas situações com fé, coragem e a certeza de que o acaso não existe e todas os cenários que se descortinarem terão um propósito no nosso processo evolutivo.

Já sabemos que haverá encontros e desencontros, realizações e decepções, acertos e erros.
Nosso desafio será aprender sempre, não importando se o dia amanhecerá ensolarado ou envolto em névoas.

O entusiasmo pela vida, a alegria de viver cada  capítulo deste nosso novo livro, a certeza de que cada dia representará uma nova oportunidade de recomeço, devem estar presentes na nossa mente, na nova caminhada que ora se inicia.

Para que consigamos manter acesa em nós esta chama, esta energia, é importante que a alimentemos com o combustível da fé,  e com o comburente do amor.

Focar em nossas ações voltadas para o bem.
Dedicar nossos esforços na prática da caridade.
Perseverar na nossa busca pelas virtudes e na redução das nossas imperfeições.
Fortalecer nossa fé raciocinada na busca do conhecimento que liberta.

Aí estão os ingredientes que necessitamos para construção de uma atmosfera de otimismo, para que fortalecidos, sigamos adiante nos enfrentamentos do ano que se inicia.

Que possamos, norteados pelo amigo incondicional de nossas almas, o Mestre Jesus, prosseguir, sempre para frente e para o alto, pois o universos conspira à favor das pessoas de bem.

Que venha 2017.
Que venham os desafios.
Estamos prontos e o recebemos com a alegria e fé, pois sabemos que Deus está no comando de todas as coisas.







quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

UNIVERSO VIRTUAL VS. VIDA REAL

A humanidade vive imersa em um oceano de informações,  disseminadas e potencializadas pela presença constante da alta tecnologia em todos os segmentos do relacionamento humano.

As redes sociais, a globalização das notícias em tempo real, o fenômeno da internet afetam de tal forma o cotidiano das pessoas que, robotizadas, agem autômatas e dependentes do sistema que as estimulam a estarem sempre conectadas. 
Se não estiverem "plugadas" sentem-se deslocadas, sem rumo, perdem a identidade, ficam incomodadas, insatisfeitas, inquietas.

Podemos dizer que hoje a humanidade, em todo o planeta,  vive um paradoxo importante, onde a tecnologia acabou aproximando os que estão distantes e afastando os que estão perto.

Antigamente as pessoas encontravam-se pessoalmente  para conversar, trocar experiências, compartilhar emoções. 
O que se presenciava em uma roda de amigos era alegria, descontração, brincadeiras e calor humano.

Hoje é comum presenciarmos numa roda de amigos uma cena lamentável. Pessoas silenciosas, com a cabeça vergada para a frente, segurando os celulares, olhar fico na tela do aparelho e os dedos polegares digitando freneticamente.

Cada um daqueles que estão reunidos para uma confraternização entre amigos, permanece em silêncio, mergulhados no seu próprio mundo e na sua "rede social".
O relacionamento virtual passou a ser mais importante e a ter mais atrativos do que o relacionamento pessoal (presencial).

E o pior, isso está começando cada vez mais cedo.
Crianças que mal conseguem falar ou andar, já ostentam seus "tablets"ou utilizam o "smartphone" da mãe com tamanha naturalidade e habilidade que chegam a assustar.

E assim, os próprios pais já começam desde cedo a criar um condicionamento nefasto que afetará a vida daquela criança pelo resto da vida. Ela se tornará, inevitavelmente, mais uma pessoa viciada em redes sociais e terá muita dificuldade para se livrar disso no futuro.

Tecnologia é importante. Agrega facilidades e recursos fantásticos no nosso dia a dia. É impossível não reconhecer seus benefícios.

Há de se considerar entretanto que  nada substitui o aconchego de um abraço, a magia de um olhar, a sensação gratificante de um aperto de mão.

O ser humano vive de emoções e sensações físicas que o universo virtual não consegue reproduzir nem substituir, não nos esqueçamos disso.








quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

PARTIDAS ANTECIPADAS



E o ser encarnado, diante dos percalços que a vida lhe impõe...

Diante dos insucessos, das incógnitas e das suas limitações na percepção da verdadeira essência da vida, resolve abdicar dela.

Opta pela ideia de colocar um fim naquilo que ele entende ser desconfortável, complicado, difícil e insuportável.

Movido por sentimentos íntimos de indignação diante dos cenários que se lhes descortinam no cotidiano, decide por “fechar as cortinas do palco da vida na carne”, buscando o fim daquilo que o incomoda e o faz sofrer.

Se não consigo resolver os problemas que tanto me afligem, se não tenho forças para enfrentar os desafios e percalços da vida, procurarei fugir da vida, buscando saída em uma (suposta) morte.

E desta forma, o ato de desespero se consolida na infeliz iniciativa de antecipar seu desencarne.

Diferente do que se supõe, o que encontra após o decesso do corpo físico, são mais problemas do que soluções. É certo que os sofrimentos não cessarão, pois instalaram-se no espírito, e este é eterno.

As feridas continuarão abertas até que a misericórdia divina, balizada pela sucessividade das experiências dentro e fora da carne, se incumba de cicatrizá-las, e elas certamente cicatrizarão.

Não nos compete julgar a atitude dos irmãozinhos que optaram por este equivocado caminho.

Não nos compete especular motivos ou alimentar questionamentos sobre a atitude tomada pelo irmão de jornada.

O sentimento de racionalidade à luz da doutrina que professamos também nos aponta que não há razões para remorsos, sentimento de culpa ou definição de responsabilidades pelo ato cometido por outrem.

O que prevaleceu foi o livre arbítrio, esta liberdade que Deus nos concede para definirmos nossos passos.

Assim, dentro do espírito de caridade a que somos chamados a refletir e atuar, cumpramos nosso papel na disseminação da fé, no compartilhamento da solidariedade e no desdobramento da prece.

Amigos queridos estarão trabalhando no Plano Espiritual para abrandar a dor dos que partem antecipando sua viagem nesta triste circunstância.

Eles, os benfeitores espirituais, necessitam da matéria prima do nosso amor, da nossa compreensão, da nossa indulgência e da nossa perseverança na fé, para que possam manipular os fluidos benéficos e revitalizadores em prol daquele que partiu.

Que nossos corações, embora estraçalhados pela dor, possam cumprir o papel de gerador de energias positivas potencializadas pelo combustível do amor, e que entrelaçados, possam criar uma rede de Paz e de conforto não somente para quem partiu, mas para todos nós que aqui permanecemos na nossa caminhada.


E que a Luz de Jesus, nosso guia e modelo, nos ilumine a todos.

domingo, 4 de dezembro de 2016

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Alfredo era um pequeno empresário do ramo alimentício.
A empresa, embora pequena, conseguia garantir à ele e sua família, os recursos financeiros necessários para levar uma vida de classe média baixa.

Casado há 30 anos, tinha na esposa Sueli, uma grande parceira na gestão do lar. Dedicada e honesta, fazia de tudo para conter as despesas, equilibrar as finanças da casa e ainda cuidava dos três filhos do casal: Mariana, com 25 anos, Márcia com quatorze e Paulinho, o caçula, com doze anos.

A vida caminhava num clima de normalidade.
Com as dificuldades de sempre, a família vivia uma vida equilibrada, apesar dos problemas comuns à tantas outras famílias.

Um dia, ao chegar de casa, Alfredo é abordado pela filha mais velha, Mariana, que lhe pergunta se haveria possibilidade da empresa ceder um estágio, mesmo que fosse não remunerado, para uma amiga de classe.

O curso estava chegando ao fim e sem o estágio obrigatório, a amiga não conseguiria se formar.

Imaginando que esta seria uma ótima oportunidade para aliviar um pouco a carga das suas incontáveis responsabilidades no setor contábil, Alfredo concordou e veio a contratar a amiga da filha, Flávia, como estagiária na sua empresa.

Flávia, dedicada e atenciosa, logo assumiu as responsabilidades à ela confiada demonstrando responsabilidade e comprometimento com a empresa.

Passaram-se oito meses sem nenhuma novidade no cotidiano da família. Apenas Alfredo parecia um pouco distante da família, vez ou outra era flagrado em silêncio, com o olhar perdido no horizonte, evitava os filhos, principalmente a mais velha, Mariana.

Em uma ensolarada manhã de sábado, Alfredo chama a esposa Sueli para uma conversa, a sós, no quarto do casal.

Sueli, preocupada, atende-o imediatamente. 
Vão até o quarto, sentam-se na cabeceira da cama e Alfredo, visivelmente nervoso e atormentado começa a falar:

- Sueli, nem sei por onde começar...
É difícil para mim, muito difícil! Mas não podia mais esconder de você. 
Estou apaixonado pela Flávia. 
Nós já saímos algumas vezes juntos, acabamos nos envolvendo emocionalmente.
Quero me separar de você!


A esposa, como se tivesse levado um tapa no rosto, fica muda e chocada.
Paralisada pelo impacto daquela revelação, tem vontade de chorar, gritar, esbofetear o marido, mas segura os ímpetos.

Respira fundo uma, duas, três vezes.
Levanta-se, vai até a janela do quarto, abre-a, respira o ar fresco que entra, reflete em silêncio sobre a notícia que acaba de receber.

Senta-se em uma poltrona, olha o horizonte pela janela, enxuga duas lágrimas que insistem em cair dos seus olhos e reage enfim àquela situação.

Dirige-se calmamente ao marido que esconde o rosto entre as mãos num sinal de grande  aflição e lhe diz:

- Pois bem Alfredo, o que você acaba de me dizer é muito grave e requer tomada de decisões imediatas para que a situação não fique ainda pior.

Entendido que você está se sentindo  seduzido por uma mulher que tem a idade da sua filha mais velha. 

Ela é uma moça muito bonita, na flor da idade e tem atributos que certamente despertaram em você esta atração, é compreensível.

Agora vamos analisar o fato sob a ótica das consequências à que você está sujeito, caso leve adiante este seu plano de separação.

Temos cinco pontos importantes que precisam ser considerados e sobre os quais você precisa refletir:

A receita obtida na empresa, com muito sacrifício, ainda consegue manter nossa família em uma condição de razoável conforto. Você já fez as contas? Conseguirá manter duas famílias?

É certo que nossos filhos optarão por permanecer comigo, sobretudo os dois menores e desta forma eu ficarei aqui na casa com eles. Você já tem outro lugar para ficar?

Marcinha está em uma fase crítica. Fase em que as referências familiares são essenciais para a sua formação. Você sabe o quanto ela é apegada à você e que sua saída poderá resultar em sérios problemas de ordem psicológica para ela. Está preparado para todas as consequências que muito provavelmente virão? Enfrentará isso com naturalidade e equilíbrio?

Paulinho tem em você o modelo do pai perfeito. O "Super Homem" que todos os dias brinca de bola com ele, auxilia-o nas tarefas do colégio, que o leva ao estádio e o busca na escola. Está preparado para o impacto que sua saída de casa causará tanto à você quanto à ele?

Quanto à mim, por mais que isso me doa, me cause decepção e tristeza, respeitarei seu livre arbítrio e procurarei tocar minha vida. É evidente que depois desta confissão nossas relações estarão cortadas. Você tem uma semana para se decidir o que quer da vida e dentro deste período dormirá no quarto de visitas. Explique-se aos filhos, caso perguntem o motivo. 

Ah! já ia me esquecendo, dentro de uma semana vamos juntar todos eles para você explicar a situação principalmente para a Mariana, afinal, foi com a amiga dela que você se envolveu.
Não importa qual seja sua decisão, quem comunicará à eles será você, não eu, correto?

Disse isso e saiu. Entrou no banheiro, abriu o chuveiro e chorou convulsivamente.


Alfredo, a partir daquele dia passou a viver os piores dias da sua vida.

Ao encontrar com a filha Mariana, desviava os olhos dela, com vergonha de encará-la. 

As brincadeiras com o filho já não tinham a mesma alegria e descontração.

A filha adolescente, Marcinha, já notava os sinais de distanciamento do pai. Sem nada entender, já começava a apresentar sinais de melancolia e tristeza.

A esposa lhe dirigia apenas as palavras imprescindíveis, não abria espaço para diálogo.

No trabalho, descontrolado emocionalmente, Alfredo mostrava-se irritado e impaciente com os empregados, inclusive com a própria Flávia.

Na sexta-feira, último dia para que ele se decidisse, procurou a sua estagiária Flávia, chamando-a ao seu escritório.

Ela, como sempre, vestida com roupas provocantes, muito perfumada e cheia de trejeitos foi chegando devagarinho à sala de Alfredo e o encontra com semblante tenso, demonstrando muito nervosismo.

Alfredo, embaraçado,  começa a falar sobre a conversa com a esposa e ela nem o deixa continuar, interrompe a fala dele e retruca exaltada:

- Fala verdade, "Seu Alfredo", o senhor pensou mesmo que eu estava a fim de ter um caso  com o senhor a ponto de querer se separar de sua esposa e ficar comigo? Fala sério ! O senhor tem idade para ser meu pai ! 

E mais, o simples fato da gente ter saído algumas vezes juntos para jantar já levou o senhor a entender que estávamos emocionalmente envolvidos? Saí com o senhor mais por educação, por ser o meu patrão e pai da minha amiga, só isso. Nunca me passou pela cabeça ter nada com o senhor.

E para falar a verdade, antes que que a Mariana saiba disso e este assunto renda, estou indo embora. Obrigado pelo trabalho e pelo estágio, mas não tenho mais condições de ficar na empesa não.

Disse isso, levantou-se e saiu rapidamente sem nem olhar para trás.

Alfredo, boquiaberto com a situação, ficou ainda mais perdido e confuso com a situação.


Reflexões sobre esta pequena história:

Alfredo, embora pai de família, casado há 30 anos com Sueli, com três filhos, sentiu-se seduzido por uma jovem com idade para ser sua filha. Atraído pelos dotes físicos da moça, deixou-se levar pelo instinto, criando fantasias que acabaram bloqueando seu senso de razão. 
Toma então uma atitude impensada que coloca em risco toda a sua vida matrimonial.


Flávia, jovem e "desencanada" queria apenas fazer seu estágio, terminar seu curso e seguir a vida em frente. 
Foi convidada para jantar algumas vezes com o patrão e foi para ser gentil, mas em momento algum alimentou algum sentimento com relação a Alfredo. 
Foi ingênua sim, mas em momento algum teve outras intenções, até porque era amiga da filha de Alfredo e valorizava esta relação.
Ao perceber a "encrenca" que estava prestes a se meter, não hexitou em cair fora do cenário.


Agora, Sueli, esta sim, foi o grande destaque desta trama.

Mesmo chocada com o impacto da revelação do marido Alfredo, manteve controle emocional, conservou seu equilíbrio, refletiu e somente depois se pronunciou.
Demonstrou uma inteligência emocional admirável, analisando a questão de forma racional e coerente.
Fez o marido enxergar todas as consequências, fez com que ele refletisse sobre o quanto custaria para ele aquela tomada de decisão, fez com que ele saísse do seu universo de fantasias e voltasse para a realidade.


Refletindo agora sobre a conclusão da nossa história, podemos dizer que muito provavelmente Alfredo teria chamado Flávia para desligá-la da empresa, contou a história toda para ela para se justificar.

É muito provável que após a conversa com Sueli, que ele tenha acordado para a realidade e percebido a besteira que iria fazer.

Mas.....esta história somente não teve um desfecho dramático porque, no momento em que Alfredo manifestou seu desejo de separação, Sueli teve controle da situação, teve INTELIGÊNCIA EMOCIONAL.

Vale a pena refletir sobre quantas situações embaraçosas foram potencializadas pelo nosso destempero emocional, gerando dramas e sofrimentos porque faltou em nós CALMA, EQUILÍBRIO, PACIÊNCIA, COERÊNCIA, SENSO DE RAZÃO, ENFIM, INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ?