sábado, 14 de janeiro de 2017

PENA DE MORTE, É JUSTO DESEJÁ-LA?

O ser humano encarnado que procura nortear suas atitudes pelos princípios cristãos;  diante das cenas repugnantes de violência, crimes hediondos, desrespeito às diferenças e à propriedade alheia, muitas das vezes se sente tão indignado diante deste cenário, que acaba se entregando à pensamentos que não se coadunam com os princípios éticos que abraça.

Ao testemunhar tamanha insensatez por parte dos irmãos de jornada, que muitas das vezes de forma covarde e impiedosa buscam pela força e pela violência a realização de seus desejos insanos.

Ao observar a insanidade de nossos semelhantes, que movidos pela sede desenfreada de bens materiais e poder, passam por cima de todos valores éticos e morais que norteiam as relações humanas.

Ao presenciar as abomináveis posturas de mentes doentias que impiedosamente violentam, estupram, matam e torturam nem nenhuma piedade, torna-se muito difícil para nós, espíritos ainda imperfeitos e distantes das virtudes ensinadas pelo Cristo, não se deixar envolver por pensamentos carregados de ansiedade, medo, revolta, desejo de vingança e de justiça à qualquer preço.

E diante deste cenário é inevitável que desejemos, em alguns momentos, que se extirpe da face da Terra os protagonistas destes lamentáveis episódios, impedindo que estes insistam na prática de suas sandices.

Com foco no imediatismo que sempre norteia os temas inerentes à matéria, imediatamente nos vem à mente aquela que seria a solução para os problemas desta natureza, a Pena de Morte.

O que não podemos esquecer é que na verdade, a pena capital apenas conseguirá interromper o prosseguimento da vida do indivíduo na matéria e na presente reencarnação.

O único resultado da Pena de Morte será subtrair dele seu corpo físico de forma antecipada, no entanto, ele continuará vivo.

E vivo, ao perceber a situação, o espírito se tornará ainda mais revoltado e desejará com muito mais afinco, perseverar nas suas atitudes desenfreadas na disseminação do mal que habita sua essência.

Com certeza, por conta das afinidades espirituais já estabelecidas ainda enquanto encarnado, será imediatamente recrutado pelas Falanges das Trevas, engrossando as fileiras de espíritos desajustados que se comprazem no mal.

Fora do corpo físico que lhe conferia limitações e lhe restringia certas atitudes, agora com a liberdade própria do espírito desencarnado, terá ainda melhores condições de penetrar os mais variados ambientes e recintos.

No Plano Material potencializará energias nefastas, influenciará mentes em desalinho, repercutirá sua revolta e sede de vingança disseminando dolorosos processos obsessivos.

Continuará a fazer suas vítimas, incentivará a que outros façam aquilo que já não consegue fazer. 

O decesso do seu corpo físico, ao invés de resolver um problema, agravou ainda mais a situação, uma vez que a morte, apontada como solução para o problema, na verdade não existe, é um grande engodo.

Se analisarmos a situação à luz da razão, refletindo com inteligência emocional e sem nos deixar envolver pela paixão desenfreada e pelos instintos repulsivos, compreenderemos a ineficácia da pena capital.

As estatísticas comprovam que em localidades onde ela é aplicada, a Pena de Morte não se consegue lograr êxito na redução da criminalidade. Se analisarmos sob a ótica da espiritualidade, ficará fácil entender os motivos da sua ineficácia.

Há de se considerar, finalmente, que se a "Morte" for considerada uma pena, estamos todos nós, por definição, já condenados, pois esta é a única certeza de que temos na vida. A certeza de que um dia "morreremos".







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