quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

PARTIDAS ANTECIPADAS



E o ser encarnado, diante dos percalços que a vida lhe impõe...

Diante dos insucessos, das incógnitas e das suas limitações na percepção da verdadeira essência da vida, resolve abdicar dela.

Opta pela ideia de colocar um fim naquilo que ele entende ser desconfortável, complicado, difícil e insuportável.

Movido por sentimentos íntimos de indignação diante dos cenários que se lhes descortinam no cotidiano, decide por “fechar as cortinas do palco da vida na carne”, buscando o fim daquilo que o incomoda e o faz sofrer.

Se não consigo resolver os problemas que tanto me afligem, se não tenho forças para enfrentar os desafios e percalços da vida, procurarei fugir da vida, buscando saída em uma (suposta) morte.

E desta forma, o ato de desespero se consolida na infeliz iniciativa de antecipar seu desencarne.

Diferente do que se supõe, o que encontra após o decesso do corpo físico, são mais problemas do que soluções. É certo que os sofrimentos não cessarão, pois instalaram-se no espírito, e este é eterno.

As feridas continuarão abertas até que a misericórdia divina, balizada pela sucessividade das experiências dentro e fora da carne, se incumba de cicatrizá-las, e elas certamente cicatrizarão.

Não nos compete julgar a atitude dos irmãozinhos que optaram por este equivocado caminho.

Não nos compete especular motivos ou alimentar questionamentos sobre a atitude tomada pelo irmão de jornada.

O sentimento de racionalidade à luz da doutrina que professamos também nos aponta que não há razões para remorsos, sentimento de culpa ou definição de responsabilidades pelo ato cometido por outrem.

O que prevaleceu foi o livre arbítrio, esta liberdade que Deus nos concede para definirmos nossos passos.

Assim, dentro do espírito de caridade a que somos chamados a refletir e atuar, cumpramos nosso papel na disseminação da fé, no compartilhamento da solidariedade e no desdobramento da prece.

Amigos queridos estarão trabalhando no Plano Espiritual para abrandar a dor dos que partem antecipando sua viagem nesta triste circunstância.

Eles, os benfeitores espirituais, necessitam da matéria prima do nosso amor, da nossa compreensão, da nossa indulgência e da nossa perseverança na fé, para que possam manipular os fluidos benéficos e revitalizadores em prol daquele que partiu.

Que nossos corações, embora estraçalhados pela dor, possam cumprir o papel de gerador de energias positivas potencializadas pelo combustível do amor, e que entrelaçados, possam criar uma rede de Paz e de conforto não somente para quem partiu, mas para todos nós que aqui permanecemos na nossa caminhada.


E que a Luz de Jesus, nosso guia e modelo, nos ilumine a todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário