O homem é a única criatura que desenvolveu um sistema de comunicação onde a palavra verbalizada foi transformada em caracteres gráficos.
Desta forma, o conhecimento, as experiências, a cultura e os hábitos lograram ser armazenados, compartilhados e perenizados.
Pode-se afirmar, sem medo de errar, que graças à este recurso, o homem consegue manter o progresso das ciências e tecnologias em franco e constante andamento.
No entanto, a comunicação através das representações gráficas das letras (escrita), nem de longe é capaz de substituir a linguagem verbalizada quando se trata de comunicação pessoal no nosso cotidiano.
Quando verbalizamos, juntamente com as palavras vem a entonação da voz, a impostação das expressões, a comunicação "full duplex" (ou seja, falamos e ouvimos ao mesmo tempo).
Se estamos conversando pessoalmente então, vem toda a linguagem corporal, a expressão do rosto, etc., etc., etc.
Ao escrevermos tudo muda.
A palavra escrita é fria, direta, objetiva, "half duplex" (ou seja, apenas lemos, captamos, processamos... E depois respondemos fora do "tempo real").
Não conta com os arremates da palavra verbalizada nem com o apoio da linguagem corporal.
Em tempos de Internet e redes sociais.
De "zap zap", Facebook e Instagrans.
O uso da linguagem escrita foi potencializado.
Cresceu exponencialmente!
Na maioria das vezes passou a substituir a fala.
Embora este fenômeno fosse inevitável diante da tecnologia oferecida principalmente pelos Smartphones, ele acabou trazendo problemas.
O efeito colateral chegou rápido, hoje são muito mais comuns os problemas de relacionamento por má interpretação de mensagens trocadas.
Tornaram-se corriqueiras as manifestações públicas de querelas e as trocas de farpas e bravatas.
Soma-se aí a desvantagem do fato de que aquilo que se escreveu ficar gravado, formalizado, patente.
Palavras verbalizadas não provocam este impacto latente do registro implacável da mensagem (a não ser que se deseje gravá-la).
Palavras verbalizadas em conversas diretas permitem correção imediata de interpretações, sentidos equivocados, percepções distorcidas.
Palavras verbalizadas são "analógicas" as escritas "digitais".
Aí está um grande desafio para os representantes da raça humana neste planeta chamado Terra.
As redes sociais silenciaram nossas vozes e aceleraram nossos dedos na digitação de palavras frias, esfriando também as relações humanas.
Vamos voltar a conversar?
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