O momento é de comoção nacional.
A delegação quase que completa de um conhecido time de futebol, a caminho de uma importante e decisiva partida do torneio que disputava, acaba sofrendo um grave acidente aéreo.
Com 81 ocupantes entre jogadores, comissão técnica, jornalistas e tripulação, apenas 5 conseguiram sobreviver à queda da aeronave.
Como é comum em casos como este, as redes sociais se mobilizam repercutindo o ocorrido. Todas as mídias se convergem para informar, a cada minuto a evolução do caso, o assunto vira manchete unânime para onde quer se olhe.
O redemoinho emocional coletivo, fruto da observação de um evento de tamanha repercussão, resulta em reações que merecem ser analisadas e levadas à reflexão.
Citemos alguns exemplos:
Diante da forma brusca e inusitada do desencarne coletivo de tantas pessoas, surge um sentimento de solidariedade que envolve a todos, indistintamente. Este nobre sentimento contribui para a potencialização de energias positivas, eleva o padrão vibratório, equilibra a atmosfera psíquica e estimula os sublimes sentimentos de amor ao próximo.
Estas energias são canalizadas pelas equipes socorristas do Plano Espiritual e direcionadas ao auxílio tanto daqueles que partiram para a Pátria Espiritual, quanto para os familiares que aqui permaneceram. É importante salientar que o “estado de choque”, de confusão mental, de desequilíbrio e desconforto é comum à ambos os personagens deste evento (encarnados e desencarnados).
É muito comum neste tipo de ocorrência, relatos de pessoas que estariam também embarcadas naquele voo, mas que de última hora sofreram um imprevisto (muitos deles aparentemente insignificantes e rotineiros). Não raro acontece (como também aconteceu neste episódio) de alguns ocupantes saírem ilesos do acidente, sobrevivendo de maneira inacreditável em meio a escombros onde outros tantos pereceram, o que deixa a todos perplexos.
Analisemos agora, sob a ótima Espírita cada um dos pontos que foram colocados para reflexão.
Nos orientam os benfeitores espirituais que o desencarne coletivo acontece quando:
“Um grupo de espíritos comprometidos com o mesmo débito ou débitos semelhantes, em reencarnações pregressas, se associam, ainda na espiritualidade, antes do renascimento, com a finalidade de realizar o trabalho redentor em resgates coletivos. ”
Por estar relacionado a experiências evolutivas, o desencarne coletivo é previsto por entidades Benfeitoras Espirituais, que acolhem os desencarnantes imediatamente, muitas vezes em postos de socorro por eles montados através da vontade/pensamento, na própria região da catástrofe ou desastre.
O resgate de nossas ações contrárias à Lei Divina, ao bem e ao amor pode ocorrer de várias formas, inclusive coletivamente.
O objetivo, segundo "O Livro dos Espíritos", questão 737, é “fazê-lo avançar mais depressa” e o que normalmente chamamos de tragédias ou calamidades “são frequentemente necessárias para fazerem com que as coisas cheguem mais prontamente a uma ordem melhor, realizando-se em alguns anos o que se necessitaria de muitos séculos”.
Além disso (questão 740), “são provas que proporcionam ao homem a ocasião de exercitar a inteligência, de mostrar sua paciência e sua resignação ante a vontade de Deus, ao mesmo tempo em que lhe permitem desenvolver os sentimentos de abnegação, de desinteresse próprio e de amor ao próximo”.
E assim, entendemos o sentimento de solidariedade que essas calamidades despertam, auxiliando todos a desenvolver o amor. O importante para os mais diretamente envolvidos, para que tenham o progresso devido, como está dito em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", capítulo 14, item 9, é “não falir pela murmuração”, pois “as grandes provas são quase sempre um indício de um fim de sofrimento e de aperfeiçoamento do Espírito, desde que sejam aceitas por amor a Deus.
Sendo assim, perguntamos ainda, porque algumas pessoas acabam sobrevivendo em uma situação dessas em que isso parece ser absolutamente improvável?
E a resposta é simples e clara. Para eles ainda não havia chegado o momento, eles certamente não faziam parte do grupo programado para aquele desencarne coletivo.
Estavam ali porque necessitavam passar por aquela experiência e também para nos evidenciar com provas inquestionáveis que não existe acaso ou coincidência, sorte ou azar.
São situações criadas para nos mostrar de forma inequívoca que cada um de nós tem um caminho a seguir, uma missão a desempenhar e via de regra, se não quebrarmos as regras da nossa existência com nossa invigilância e negligência, de fato, somente partiremos para o Plano Espiritual, quando o nosso momento tiver chegado.