Diante da ocorrência da partida
de um ente querido para o Plano Espiritual, nossas estruturas emocionais,
inevitavelmente ficam abaladas.
Quanto maior a nossa afinidade, a
convivência e o grau de apreço pelo ente que se vai, mais isso nos afeta.
O sentimento é que o mundo se desmoronou,
o chão desapareceu sob nossos pés, a vida se tornou monocromática.
Não raro as coisas importantes
passam a perder o sentido, os planos no terreno pessoal e profissional ficam com
seus valores comprometidos, nossa existência fica desfocada.
Vem a tristeza que massacra
inclemente nossos corações, a ânsia por colocar tudo isso para fora nos leva às
lágrimas incontidas e soluços descontrolados, nossa energia se esvai.
Tudo isso é perfeitamente
compreensível e estas reações são previstas e consideradas normais. Em maior ou
menor intensidade, invariavelmente todos nós seremos acometidos destes
sentimentos em algum momento das nossas vidas.
E o sentimento de luto, de pesar,
de tristeza, também faz parte do nosso processo de aprendizado, de amadurecimento.
O processo de aceitação da dor inevitável faz parte do mecanismo de elaboração
da nossa retomada de força para prosseguir.
Se não nos entregarmos ao
desespero e à inconformação, se nos apegarmos à nossa fé, se buscarmos forças
no espírito para superarmos estes momentos, gradativamente esta dor,
aparentemente insuportável no início, será aplacada.
Com o passar do tempo ela se
reduzirá à uma saudade equilibrada que não mais afetará nossa equilíbrio
psicológico e é justamente este mecanismo mágico da vida que nos cria condições
de seguir adiante na nossa jornada.
É necessário que reflitamos sobre
as verdades incontestes da vida do espírito, que não começa no berço e não
termina no túmulo.
É importante que nos lembremos
que os entes queridos que partiram deste Plano continuam vivos, juntos de nós,
sensíveis aos nossos pensamentos, aos nossos sofrimentos, às nossas posturas
diante da vida que prossegue.
Sentimentos de amargura, de
desespero, de revolta e de inconformismo refletem, pela corrente mental que une
as almas, encarnadas ou não, estabelecendo uma comunicação inevitável entre as
criaturas.
A pessoa querida, na condição de
desencarnada, recebe as vibrações dos nossos sofrimentos incontidos e também
sofre.
Ao presenciar nossa inconformação
com sua partida, sem nada poder fazer, sofre desequilíbrios que dificultam seu
completo desligamento da matéria, não consegue também seguir sua jornada.
O sofrimento é potencializado nos
dois lados da vida, pois ambos os sofrimentos se somam, afetando à ambos
(encarnado e desencarnado).
Desta forma, quando nossos entes
queridos partirem deste Plano para a Verdadeira Pátria, não nos deixemos
entregar à angústias intermináveis e sofrimentos incontidos.
Busquemos na prece o alento para
nossas dores e peçamos ao Pai Celestial
que ampare aquele que partiu, para que ele possa seguir adiante na sua jornada
evolutiva.
Serenemos nossas emoções,
busquemos amparar aqueles que permaneceram conosco, pois afinal a vida
continua.
E tenhamos certeza, ela continua,
de fato, em ambos os lados, pois somos espíritos imortais que apenas estagiamos por este planeta.
A nossa verdadeira pátria é a Pátria Espiritual.
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