quarta-feira, 14 de setembro de 2016

A VIDA CONTINUA

Diante da ocorrência da partida de um ente querido para o Plano Espiritual, nossas estruturas emocionais, inevitavelmente ficam abaladas.

Quanto maior a nossa afinidade, a convivência e o grau de apreço pelo ente que se vai, mais isso nos afeta.

O sentimento é que o mundo se desmoronou, o chão desapareceu sob nossos pés, a vida se tornou monocromática.

Não raro as coisas importantes passam a perder o sentido, os planos no terreno pessoal e profissional ficam com seus valores comprometidos, nossa existência fica desfocada.

Vem a tristeza que massacra inclemente nossos corações, a ânsia por colocar tudo isso para fora nos leva às lágrimas incontidas e soluços descontrolados, nossa energia se esvai.

Tudo isso é perfeitamente compreensível e estas reações são previstas e consideradas normais. Em maior ou menor intensidade, invariavelmente todos nós seremos acometidos destes sentimentos em algum momento das nossas vidas.

E o sentimento de luto, de pesar, de tristeza, também faz parte do nosso processo de aprendizado, de amadurecimento. O processo de aceitação da dor inevitável faz parte do mecanismo de elaboração da nossa retomada de força para prosseguir.

Se não nos entregarmos ao desespero e à inconformação, se nos apegarmos à nossa fé, se buscarmos forças no espírito para superarmos estes momentos, gradativamente esta dor, aparentemente insuportável no início, será aplacada.

Com o passar do tempo ela se reduzirá à uma saudade equilibrada que não mais afetará nossa equilíbrio psicológico e é justamente este mecanismo mágico da vida que nos cria condições de seguir adiante na nossa jornada.

É necessário que reflitamos sobre as verdades incontestes da vida do espírito, que não começa no berço e não termina no túmulo.

É importante que nos lembremos que os entes queridos que partiram deste Plano continuam vivos, juntos de nós, sensíveis aos nossos pensamentos, aos nossos sofrimentos, às nossas posturas diante da vida que prossegue.

Sentimentos de amargura, de desespero, de revolta e de inconformismo refletem, pela corrente mental que une as almas, encarnadas ou não, estabelecendo uma comunicação inevitável entre as criaturas.
A pessoa querida, na condição de desencarnada, recebe as vibrações dos nossos sofrimentos incontidos e também sofre.

Ao presenciar nossa inconformação com sua partida, sem nada poder fazer, sofre desequilíbrios que dificultam seu completo desligamento da matéria, não consegue também seguir sua jornada.

O sofrimento é potencializado nos dois lados da vida, pois ambos os sofrimentos se somam, afetando à ambos (encarnado e desencarnado).

Desta forma, quando nossos entes queridos partirem deste Plano para a Verdadeira Pátria, não nos deixemos entregar à angústias intermináveis e sofrimentos incontidos.

Busquemos na prece o alento para nossas dores  e peçamos ao Pai Celestial que ampare aquele que partiu, para que ele possa seguir adiante na sua jornada evolutiva.

Serenemos nossas emoções, busquemos amparar aqueles que permaneceram conosco, pois afinal a vida continua.


E tenhamos certeza, ela continua, de fato, em ambos os lados, pois somos espíritos imortais que apenas estagiamos por este planeta. 
A nossa verdadeira pátria é a Pátria Espiritual.

Nenhum comentário:

Postar um comentário