Gosto de relatar aqui no nosso blog, as experiências vividas quando das nossas "rondas" das terças-feiras, na chamada "Tarefa do pãozinho" do centro Espírita Nova Luz, na capital mineira.
São cenários e episódios que nos trazem muito aprendizado, reflexão e sobretudo compaixão.
Cada um daqueles nossos irmãozinhos não são "moradores de rua", mas pessoas em situação de rua.
Esta é forma correta de classificá-los, pois na verdade, uma rua não é um endereço ou um lugar que se devesse morar.
Todos aqueles nossos irmãos vivem naquela situação por algum motivo, cada qual tem sua história, cada um deles tem um motivo para estar ali.
Podem até ter se acostumado (se é que alguém se acostuma com coisas ruins).
Podem até ter se adaptado à situação, em alguns casos podem até mesmo não desejar sair dali mas indiscutivelmente ninguém mora na rua por opção (na maioria das vezes está ali por falta de opção).
Este ponto precisa ser compreendido por todos aqueles que se propõe à prática das atividades de amparo à irmãos que se encontram nesta condição.
Ali encontramos irmãos torturados por moléstias físicas e psicológicas, escravizados por vícios e posturas muitas das vezes reprováveis, com um histórico de vida nem sempre digno de elogios.
Encontramos almas revoltadas, espíritos confusos e desequilibrados que nem sempre apresentam postura escrupulosas, irmãos em desajuste.
No momento do amparo, há de prevalecer sempre a caridade, o amor, o desejo sincero e incondicional de servir.
Servir apenas, sem questionamentos, sem julgamentos, sem perguntas e sem exigir respostas.
Aplacar, naquele momento, a fome, a sede e o frio do corpo é o que importa.
Entretanto, não se deve nunca esquecer que a fome de atenção e da proximidade com o próximo, a sede de palavras de carinho e de amparo e o frio sentido por um coração carente de calor humano também podem e devem ser assistidos pelos seareiros do bem que se propõe à esta tarefa.
Nossa responsabilidade cresce à cada dia, quando nos aproximamos de um desses nossos irmãos e ouvimos a seguinte frase que com frequência nos são direcionadas:
"Quando chega alguém para nos ajudar sem perguntas, sem questionamentos, sem julgamentos e imposições, identificamos logo que são Espíritas. Você são os únicos que agem desta forma".
Nenhum comentário:
Postar um comentário