Sempre que acordo de manhã, ao voltar para o corpo físico sinto um "choque".
Na medida em que vou entendendo melhor que a verdadeira vida é a do espírito e não do corpo material e que nossa verdadeira pátria é o Plano Espiritual e não o Plano Físico, mais claro fica para mim a diferença de sensações entre os dois planos.
Já consigo, enquanto o corpo dorme e me desdobro para as plagas do Plano Espiritual, ter a consciência de que o corpo está dormindo naquele momento e entendo minha situação de desdobramento.
Consigo também perceber claramente quando minhas recordações dos sonhos da noite são frutos de desdobramento ou são meros reflexos das atividades mentais do cotidiano.
A percepção de leveza nos movimentos, de clareza de raciocínios, de agilidade nos reflexos, são notáveis e muito prazerosas.
Assim, quando de manhã, vejo-me obrigado a retornar para a matéria densa, enclausurando-me no corpo carnal, a sensação não é das melhores.
Deixar de desfrutar de tamanha leveza para mergulhar num corpo pesado, sujeito às leis da gravidade, com limitações e imperfeições, é extremamente pesaroso para o espírito.
Todos nós sentimos isso de uma forma ou de outra, compreendendo ou não este processo, aceitando ou não esta realidade.
Visualizando este cenário para a situação dos espíritos errantes, que aguardam nova reencarnação, refletimos o quanto não é difícil para eles retornarem à situação de encarnados.
É possível imaginar o tamanho da ansiedade, da angústia e da insegurança que sentem, mesmo sabendo que ali está uma possibilidade abençoada de aprendizado e novas experiências que os levarão um dia à perfeição.
Assim, o Pai Maior, na sua infinita e absoluta bondade e sabedoria, nos possibilitou essas visitas aos amigos e benfeitores espirituais que vivem na "verdadeira pátria", para que possamos buscar estímulo e forças para prosseguirmos adiante na nossa jornada, não obstante os percalços da caminhada.
Portanto, assim como nos preparamos para a vida em vigília, precisamos nos cuidar e nos preparar para nosso sono diário, não nos esquecendo que quem dorme é apenas o corpo, o acessório material denso e pesado que necessita de refazimento de suas forças.
Nossa essência, o espírito, este não necessita de descanso e prossegue nas suas atividades, buscando cenários e companhias que nos são familiares pela lei de atração.
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