Levava junto seu neto, um garoto de aproximadamente 10 anos.
O menino, acostumado com a vida na cidade e criado dentro de um apartamento, tinha pouco contato com a natureza.
Extasiava-se com a beleza das flores, dos pássaros e das árvores frondosas, enchia os pulmões de ar e comentava sobre o "perfume da natureza" com alegres gargalhadas.
O avô caminhava devagar mostrando cada detalhe e explicando minuciosamente tudo aquilo que o neto perguntava.
Notava, entretanto, que o garoto, ao ver uma formiga pisava em cima, ao enxergar um besouro, de pronto o esmagava com os pés, e o fazia naturalmente, sorrindo, enquanto curtia a natureza exuberante daquele lugar.
Fazia aquilo de forma autômata, sem demonstrar sadismo ou má intenção, fazia naturalmente e aparentemente sem nenhuma pretensão.
Ao observar a postura do neto, o dedicado avô interrompeu a caminhada, sentou-se perto de uma nascente com ele e preparava-se para tomar água ali, quando notou um pequeno inseto afogando-se numa poça.
Sugeriu ao neto que pegasse uma folha e oferecesse ao bichinho, para que ele subisse nela e se salvasse.
O menino o fez, pegou uma folhinha, colocou próximo do inseto, que de pronto subiu nela.
O garoto colocou a folha no chão e o inseto começou a andar, refazendo-se aos poucos do afogamento que certamente o levaria à morte.
Já tinha andado uns trinta centímetros, e o garoto o observava, quando o avô disse ao neto:
- Agora pise nele! Mate-o.
O garoto, assustado, de pronto retruca o avô. - Não vovô, não farei isso! Por que matar o pobre bichinho, se acabei de salvá-lo?
O experiente avô abraça o neto, beija seu rosto, olha nos seus olhos e diz:
- No caminho, observei que você pisou propositalmente em diversos insetos.
Você os matou sem necessidade, por que se recusa a matar este?
O menino responde:
- Porque este fui em que salvei.
E o ancião arremata:
- Pois a partir de agora passe a salvar todos eles , da sua ameaça de serem pisoteados.
Ambos se abraçaram e o garoto entendeu a lição do avô.
Na nossa vida também é assim.
Muitas das vezes pisoteamos, espezinhamos nossos irmãos, principalmente aqueles que se encontram em situações menos favorecidas que a nossa e nem nos damos conta disso, fazemos de forma automática.
Até um dia em que temos a oportunidade da prática do servir e ao vivenciarmos o prazer que isso nos proporciona, mudamos nossa postura.
Somente percebemos isso na prática, as teorias são ineficazes neste caso.
Portanto, não podemos postergar nossa decisão na empreita do bem.
A hora é agora!
Pirilampo
Parabéns! Continue nessa empreitada que você está se tornando um ser humano melhor a cada dia... seu pique é invejável.
ResponderExcluirGrato pelas palavras de apoio, minha querida.
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