terça-feira, 22 de setembro de 2015

O FARDO PESADO


 Às vezes me surpreendo a refletir sobre as dificuldades que a vida nos oferece, na cansativa luta pela sobrevivência.
Carregar a responsabilidade de sustentar uma família é um fardo pesado, as preocupações com o correto direcionamento na educação dos filhos, enquanto crianças e adolescentes é uma constante preocupação.
E a preocupação não termina quando eles se tornam adultos, porque filhos serão sempre filhos, independentemente da idade ou do estado civil.
Com o passar do tempo e o avançar das primaveras, chega um momento que você começa a desejar que este fardo saia das suas costas, para conseguir caminhar mais leve, mais despreocupadamente. Você sente necessidade de uma pausa, de um descanso, de uma trégua.
Então você espera ansiosamente pela sua aposentadoria, anseia pelo sossego, deseja descansar de toda esta “maratona”, almeja um cantinho para o “descanso do guerreiro”. Mas antes mesmo deste momento chegar, presenciando a postura dos amigos que já se aposentaram antes de você, você observa que nem todos estão felizes.
O momento do descanso, ao invés de colorir a vida e trazer felicidade, acaba proporcionando ócio, desânimo, frustração e alguns casos mais graves, até mesmo a temida depressão.
E então você se pergunta, qual é o motivo de tamanha discrepância ?
Ao avaliar com cuidado, perceberá que a inatividade é a maior responsável por este estado de espírito.
O espírito precisa de atividade, ação, movimento.
E como a água, que se em movimento é capaz de gerar energia, vitalidade, proporcionar vida.
Parada, entretanto, só consegue acumular lodo, larvas, algas e gerar podridão.
Assim é a nossa vida.
Se hoje reclamamos do “fardo pesado da atividade”, estejamos certos de que este mesmo fardo que nos faz vergar o corpo, é o mais eficaz antídoto contra a “doença do século”, que se chama depressão. Procuro sempre me recordar disso, quando o fardo me parece muito pesado.

(Viajante Transcendental)

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