terça-feira, 22 de setembro de 2015

A FLORESTA


Caminhava um homem por uma densa floresta, numa manhã ensolarada de outono.
Enquanto caminhava, se deliciava com os aromas das flores por ali espalhadas, se encantava com o canto dos pássaros.
Ficava maravilhado com os raios de sol, que atravessavam por entre a copada das árvores e caminhava feliz.
Estava feliz e com o coração aberto àquele precioso contato com a natureza.
Mais atrás vinha outro homem, pelo mesmo caminho, naquela mesma floresta.
Este lançava impropérios porque acabara de enroscar o pė em uma raiz, cujo desequilíbrio quase o derrubara.
Reclamava porque galhos espinhosos o ameaçavam à cada momento.
Ao passar por uma nascente acabou sujando suas botas de barro, soltando palavrões e denotando grande azedume.
Ao transpor aquela mata, ambos se encontraram em um lindo campo verde e florido.
O primeiro respirava profundamente aquela atmosfera perfumada, com semblante leve, sorriso no rosto, a felicidade lhe transbordava pelos poros.
Estava feliz e em perfeita sintonia com aquela natureza exuberante e nutritiva.
O segundo ocupava-se em limpar o barro das botas na grama, passar repetidamente as mãos pela roupa para retirar as pétalas das flores e as folhas que caíram sobre ele.
Este, com a respiração ofegante, tinha o semblante carregado, os músculos tensionados, sentia dores no corpo e somente dirigia palavras de baixo calão ao se referir àquela mata pela qual acabara de passar.
Assim é a vida.
Estamos todos tendo a oportunidade de atravessar esta mata que nos oferece, em meio aos espinhos, aos tropeços e à lama, também flores, paisagens coloridas, atmosfera perfumada.
Está em cada um de nós a decisão sobre onde colocaremos nosso foco.
E nossa felicidade, nossa qualidade de vida estão diretamente relacionadas à esta escolha.

(Pirilampo)

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