terça-feira, 3 de maio de 2016

A RÃ E A SERPENTE

Caminhando por uma estrada deserta, eis que um caminheiro se depara com uma cena inusitada.

Uma pequena rã encontrava-se paralisada diante de uma serpente.

Aterrorizada, não conseguia sequer movimentar-se para ao menos tentar se esquivar da ameaça do seu predador.

A serpente, esta preparava-se para o dar o bote certeiro e fatal no pequeno animal,  quando aquele caminheiro deu um grito e bateu com os pés no chão.

Com este movimento, a serpente desviou o olhar em direção ao ruído e esta fração de segundo foi  suficiente para que a rãzinha saltasse rapidamente para o meio do mato, fugindo da morte certa.

Aquele homem, feliz por ter salvo a rãzinha, deu continuidade à sua caminhada, deixando que a serpente também seguisse seu destino.

Que lições podemos tirar desta pequena história?

A serpente, que normalmente personifica a maldade e a inclemência, apenas buscava seu alimento para a própria subsistência, não pode ser considerada a vilã da história.

A rãzinha, que seria certamente devorada pela serpente, com certeza descuidou-se da sua atenção nas suas andanças por ali e quase caiu nas presas do predador por invigilância.

O caminheiro, alheio à todo este cenário, apenas estava no momento certo e no lugar certo (para a rãzinha), mas para a serpente foi um intruso que acabou atrapalhando sua refeição.

Assim também é a vida e assim também ocorre com todos nós.

Ora assumimos o papel da rãzinha incauta, que por negligência acaba se entregando às vulnerabilidades da caminhada e quase perecemos.

Outras vezes assumimos o papel da serpente, apenas na espreita da fraqueza alheia para darmos o bote.

Em outras, vestimos o personagem do caminheiro e interrompemos um fluxo natural da vida, favorecendo aquele lado com o qual nos simpatizamos.

Necessário entender, como jornadeiros do tempo e do espaço, que a vida segue seu rumo e cada qual tem seu papel neste grande teatro.

Seguirmos nossa jornada, procurando fazer evoluir nossas virtudes e minimizar nossas imperfeições, contribuindo sempre que necessário para a prática do bem e a disseminação da concórdia, sem julgarmos a postura de quem quer que seja.

Esta é a receita do bem viver e da busca do essencial.

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