Os espíritos nos esclarecem amiúde que a prova da riqueza, a prova da posse dos bens materiais em demasia é bem mais difícil e complexa do que a prova da carência de recursos desta ordem.
É perfeitamente compreensível este alerta, uma vez que existe uma tendência natural ao indivíduo de insensibilizar-se com os problemas e situações pelos quais não passou, pelos quais desconhece.
Assim, é natural que conduza sua existência de acordo com suas posses e recursos, alienando-se do que acontece à sua volta, pois para ele, isso é absolutamente normal. Não pratica o mal, não age de forma a prejudicar ninguém, não se envolve com questiúnculas e afrontas com quem quer que seja, apenas vive a sua vida, desfrutando de todo o conforto e mordomias que a sua condição financeira favorável lhe proporciona.
O indivíduo que assim age, esquece-se que não basta não praticar o mal, há de se fazer o bem, promover ações de auxílio (seja ela de que natureza for) ao seu próximo, abrir o coração à fraternidade universal, promovendo a disseminação do amor e da caridade.
Esta foi a recomendação e sobretudo o exemplo que nos foi deixado pelo meigo Rabi da Galiléia, que não poupou esforços em auxiliar, compreender, amparar e estimular à todos que o circundavam.
Nossos valores espirituais não se desenvolvem com "louvor e adoração", mas com a prática da fé com obras, pois sem nossas ações práticas na seara do bem, nossa fé torna-se vazia e vã.
Muito será cobrado daquele que muito recebeu e jamais podemos nos esquecer que tudo o que temos aqui neste planeta nos foi dado por empréstimo, e teremos de prestar contas do que fizemos com as benesses que recebemos.
A prática da caridade, se incorporada aos nossos hábitos, nos abrirá um auspicioso horizonte de bênçãos, proporcionando para cada um de nós o equilíbrio e a forca necessária para avançarmos rumo ao nosso progresso evolutivo, rumo ao nosso objeto de aproximação com o Criador.
Portanto, arregacemos as mangas, porque a hora é agora.
Pirilampo
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