Viver
em um planeta onde a matéria densa prevalece, sujeito à todas as limitações
oriundas desta condição e atrelado a um corpo físico pesado, vergado ao peso
das imperfeições herdadas em séculos sucessivos de deslizes, não nos parece um desafio
dos mais fáceis.
Subir
ao palco da vida sem script para representar diversificados papéis, sem ensaios
prévios ou o apoio de um roteiro que direcione os atos, parece uma experiência
atemorizante.
Enfrentar
os confrontos, as diferenças e os embates, muitas das vezes desenrolados sob o
mesmo teto e contracenadas com aqueles que compartilham conosco a relação de
parentes consanguíneos, é provação das mais inquietantes.
Compartilhar
o mesmo espaço no terreno laboral, com individualidades que se nos apresentam
como adversários ferrenhos e impiedosos, muitas das vezes criando embaraços e empecilhos
ao nosso crescimento profissional, é situação que nos incomoda e nos
proporciona ansiedades e frustrações.
Mergulhar
de corpo e alma em uma relação sentimental, dedicar-se com afinco ao
relacionamento, procurando construir um clima de respeito e honestidade.
Criar expectativas e alimentar sonhos e de repente perceber tudo isso vir abaixo, uma vez que o outro lado da relação não ofereceu a contrapartida almejada, é por demais doloroso e decepcionante.
Criar expectativas e alimentar sonhos e de repente perceber tudo isso vir abaixo, uma vez que o outro lado da relação não ofereceu a contrapartida almejada, é por demais doloroso e decepcionante.
No
entanto, todo este cenário aparentemente temeroso e desestimulante, nos oferece
diariamente todas as condições que necessitamos para o exercício do nosso
aprendizado.
A
“peça teatral” que representamos no “palco da nossa existência” nos reserva
sempre o papel mais adequado e necessário ao nosso aprendizado e crescimento,
contribuindo para a nossa fundamental busca, a evolução.
A
consciência de que somos “seres integrais”, seres espirituais que apenas
momentaneamente contamos com um corpo físico, para que possamos interagir com a
matéria densa que nos rodeia, é o primeiro passo para entendermos todo este
processo.
A
percepção de que tudo passa, nada é definitivo, que a vida é composta de fases
e que cada situação, por mais difícil que pareça, sempre contribuirá para nosso
aprendizado.
E
o principal, a certeza de que somos espíritos eternos, de que a vida
não começa no berço e não termina no túmulo.
Tudo isso nos remete à verdade de que, no palco da nossa existência, onde é forçoso recordar que temos sim um roteiro perfeito para desempenharmos
nosso papel, que são os exemplos deixados pelo Meigo Rabi da Galiléia.
Através
da reflexão serena, da fé raciocinada e da persistência no bem, toda nossa
apreensão diante das provas e expiações tornar-se-ão apenas pontos de atenção
perfeitamente compreensíveis e administráveis.
Se buscarmos o conhecimento da verdade ela nos libertará, estejamos certos disso.
Pirilampo
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