Dentre as sensações comuns e compartilhadas à todos os seres encarnados no cotidiano da vida na matéria, há de se destacar uma delas.
Referimo-nos àquela sensação de torpor logo após retornarmos à vigília, depois desfrutarmos uma agradável noite de sono.
A sensação remete-nos à um estado psicológico único, difícil de descrever.
Uma forte resistência toma conta do nosso ser.
Queremos continuar dormindo.
Mergulhamos a cabeça no travesseiro, tentamos voltar ao sono, recusamo-nos a sair da cama.
A nossa mente ainda está confusa, imagens e sensações do estado de sono se mesclam com a realidade que se descortina à nossa volta.
Sem outra alternativa, acabamos levantando e dando curso às nossas obrigações, ainda sonolentos e confusos.
Embora isso seja comum à todos nós, a maioria ignora o real motivo deste acontecimento.
O fato é que no momentos em que o corpo físico adormece, os laços que prendem o espírito à matéria são afrouxados.
Nossa essência (nós, espíritos) desfruta, então, de uma relativa liberdade para nos dirigirmos às regiões do Plano Espiritual e sente uma sensação de leveza e bem estar.
Livres do corpo físico que nos aprisiona e limita, temos contato com a espiritualidade e também com outros espíritos ainda encarnados, cujos corpos também encontram-se adormecidos.
Mas é certo que tudo ocorre de acordo com nossa evolução e nossa sintonia.
Somente estaremos em regiões equilibradas se estivermos em equilíbrio.
Caso contrário seremos atraídos para regiões inferiores cujas sensações certamente não nos serão prazerosas.
Vejamos portanto o verdadeiro motivo da nossa relutância em acordar.
Em espírito, temos a consciência de que deixaremos de desfrutar da liberdade própria dos espíritos desencarnados, quando voltarmos para a desconfortável e pesada armadura de carne.
Reflitamos, portanto, pois temos todos os dias uma pequena amostra do que será nossa realidade quando deixarmos este corpo para trás e formos transferidos para a verdadeira Pátria.
"Morremos" todos os dias quando dormimos e relutamos, no dia seguinte, em "retornar à vida" da forma que a concebemos.
Pirilampo
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