No auge da minha adolescência, apreciava muito uma determinada dupla sertaneja.
Com um instrumental moderno e arranjos inovadores, esta dupla foi a primeira a adotar bateria, contrabaixo e guitarras nas músicas sertanejas.
Foi uma inovação que fez sucesso e a dupla Milionário e José Rico fez jus ao nome, fizeram mesmo fortuna.
A primeira música que arrebentou nas paradas foi "Estrada da Vida", e começava assim:
" Nesta longa estrada da vida,
Vou correndo e não posso parar,
Na esperança de ser campeão
Alcançando o primeiro lugar."
Hoje, ao ouvir esta música, ela me remete à uma reflexão importante, pois consigo contextualizá-la sob uma outra ótica.
Observo que a grande maioria dos seres humanos, de fato, corre o tempo todo sem parar, na ânsia de obter sucesso.
Entretanto, o foco sempre está direcionado para as conquistas no terreno da matéria.
Sucesso profissional, posse de bens materiais, sede de poder e vantagens financeiras estão sempre nas prioridades do ser humano encarnado que muitas das vezes se esquece do seu lado espiritual.
E a própria música alerta na sua próxima estrofe:
"Mas o tempo cercou minha estrada,
E o cansaço me dominou,
Minhas vistas se escureceram,
E o final desta vida chegou."
Observamos que não são poucos os casos em que acontece exatamente isso.
Focado na matéria, na conquista dos bens materiais, o ser humano chega ao final da sua encarnação cansado, abatido e muitas das vezes frustrado.
Por não ter focado na sua essência, levou uma vida vazia, movimentou-se apenas na superfície do lago da sua existência, não ousou mergulhar nas águas profundas do seu autoconhecimento.
Vale a reflexão.
O que estamos priorizando na nossa "Estrada da Vida"?
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