A "Equipe do Pãozinho" do Centro Espírita Nova Luz encontrava-se ao final da tarefa naquela terça feira fria.
Naquela praça sempre ficavam diversos moradores em situação de rua, os quais já tínhamos atendidos. Precisávamos atravessar aquela movimentada avenida para atender uma senhora que dormia sob uma marquise, na calçada oposta à que estávamos.
Uma das tarefeiras que estava conosco sempre mencionava o fato daquele ponto estar infestado de enormes ratazanas que atravessam à nossa frente sem nenhum receio, para procurar comida num monte de lixo que sempre acumulavam ali.
De fato, mesmo do lado oposto da rua, avistávamos os bichinhos correndo de um lado para outro, também na busca do seu alimento (muitas delas acompanhadas de seus filhotinhos).
Pensei que embora causassem repugnância e medo por conta da possibilidade de transmitirem doenças, ali também estavam animaizinhos lutando pela sua sobrevivência, vivenciando seu estágio dentro do processo evolutivo, até os achei bonitinhos, correndo apressadamente sobre a calçada.
Absorto com a observação dos bichinhos, fui alertado por um dos amigos da equipe que não atravessássemos ainda a rua, que vindo em nossa direção, próximo à um ponto de ônibus, aproximava-se um jovem que aparentava precisar de ajuda.
Com os cabelos em desalinho, roupas e mãos sujas, ele caminhava conversando com os amigos para nós invisíveis, gesticulando e fazendo expressões de desagrado.
Paramos o rapaz, oferecemos o lanche e ele de pronto aceitou, agradecendo e dizendo que que era a primeira refeição que fazia naquele dia (já eram quase 22h).
Comeu dois pães, tomou dois copos de suco, agradeceu e continuo sua jornada, gesticulando e conversando com os amigos (que embora não enxergássemos percebíamos que o acompanhavam o tempo todo).
Enquanto isso acontecia, percebi que três simpáticas senhoras, de meia idade, nos observavam no ponto de ônibus. Sorridentes olhavam para nós, conversavam entre si e sorriam.
Quando o rapaz se foi, uma delas não se conteve, aproximou-se de nós sorridente e perguntou:
- De que instituição vocês são?
Quando respondemos que éramos Espíritas e que pertencíamos ao Centro Espírita Nova Luz, a simpática senhora se voltou para as amigas, no mesmo instante e lhes falou:
- Viu! Não falei? Eles são Espíritas.
E virando-se para nós completou:
- Trabalho lindo, vocês estão de parabéns. Admiro os Espíritas porque vocês são os que mais praticam a caridade.
Agradecemos, deixamos com cada uma delas uma mensagem e atravessamos a rua para atender a irmãzinha que dormia do outro lado, com cuidado para não pisar nos ratos.
Saímos dali e eu fiquei refletindo sobre a grande responsabilidade que assumimos quando nos propomos a seguir os postulados Espíritas.
Se mesmo perante a sociedade, que muitas das vezes ainda alimenta preconceitos com os profitentes da Doutrina dos Espíritos, somos reconhecidos desta forma, pergunto se estamos, de fato, fazendo jus à este conceito.
Vale a reflexão, se estamos cumprindo a nossas parte como deveríamos e sendo exemplos da prática da benevolência, da paciência, da indulgência.
Se estamos, de fato, praticando a caridade como deveríamos.
Vale a reflexão, se estamos cumprindo a nossas parte como deveríamos e sendo exemplos da prática da benevolência, da paciência, da indulgência.
Se estamos, de fato, praticando a caridade como deveríamos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário